“Dar aulas é debitar conhecimento. Aprende quem estiver concentrado.”
É mais ou menos esta a nossa experiência da escola ou da faculdade. Para muitos de nós, ir às aulas é “uma seca” ou, simplesmente, uma obrigação.
Mas aprender não é forçar a entrada de conhecimento na nossa cabeça. Aprender é um processo natural da nossa existência e acontece de forma permanente. Tão permanente que nem notamos nele.
Então porque é que a escola nos parecia tão penosa?
Presta atenção ao que o Professor diz! Não importa como é que ele diz as coisas, importa o conteúdo!
Foi sempre o que me disseram. Sempre achei que o erro era meu. Eu é que não me conseguia concentrar o suficiente, eu é que queria perturbar a aula, eu é que não era capaz de ter consistência nas notas, etc.
Até que tive um professor, o Monsieur Beaudet, que, no primeiro dia de aulas falou com um entusiasmo e uma paixão que levaram a aula inteira a ficar presa ao que ele estava a explicar. A aula passou a correr e, no final, saímos todos satisfeitos e com vontade de voltar para a aula dele.
Devia ser da matéria. Se calhar eu é que gostava mais de história e geografia do que das outras matérias. Ou talvez não.
Todos tivemos professores que nos marcaram e, ao recordarmo-nos deles, sabemos porque motivo deixaram marca. Não foi pelo conhecimento que tinham, foi pela forma como o transmitiram. Uma forma apaixonante, cuidadora e interessada. Poderíamos dizer: “ah, mas isso é só a superfície! O que importa é o conhecimento!”
É curioso porque, até hoje, lembro-me muito bem das aulas do Monsieur Beaudet e lembro-me, sobretudo, da matéria que demos.
A verdade é esta: “Importa como se diz, não o que se diz”.

Porque será?
Estudos recentes demonstram que o conhecimento é substancialmente mais retido quando existe gosto e envolvimento emocional. Se formos a ver, é bastante evidente que assim o seja. Não é possível aprender nada quando estamos irritados, zangados, frustrados, etc. Aprendemos quando queremos e queremos quando gostamos.
É por este motivo que quem ensina, quem lidera, quem educa tem de compreender que a sua primeira responsabilidade não é a de ser detentor do conhecimento mas, sim, ser capaz de criar as condições certas para que as outras pessoas queiram aprender.
Para isto, é essencial
compreender a importância do conjunto de fatores que vão impactar a influenciar as outras pessoas. Aspetos como a linguagem verbal, a linguagem corporal, o tom de voz, a aparência (contextual), o objetivo pretendido, a intenção, a empatia…
A lista é extensa mas não desesperem, apesar de ser um fenómeno complexo, é mais simples do que parece. Nos próximos textos vou escrever sobre estes aspetos da aprendizagem, do ensino, da liderança e da educação. Porque tudo se liga. Um educador é um líder. Um líder é um mentor. Um mentor é um pedagogo. Um pedagogo educa.
Portanto, sigam este blogue para descobrir este mundo onde se dá muita importância à forma como se transmite conhecimento de pessoa para pessoa, seja para educar, para liderar ou para inspirar!
Lição número 1: Quem lidera, está em palco e é responsável pelo espetáculo!
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