As pessoas subestimam as resoluções de ano novo. E fazem-no porque confundem a resolução com a respetiva falta de execução.
É justificável porque existe um forte contraste entre a resolução - que é super clara, fácil e simples - e a implementação - que é trabalhosa, complexa e difícil.
Por outras palavras, as pessoas pensam: “é este ano que vou comer melhor” mas, assim que tentam, percebem que não é assim tão fácil, frustram-se e acham que a resolução, afinal, não era boa.
Mas a questão é que a resolução de ano novo costuma ser exatamente aquilo que precisamos porque estes períodos de final de ciclo convidam-nos a resumir e a distilar comportamentos e decisões que tomamos de forma a extrair delas conclusões que nos ponham num caminho melhor.
Mais desporto, melhor alimentação, decisões na relação, passos a tomar, etc. As resoluções de ano novo servem para fecharmos assuntos pendentes e evoluirmos na nossa vida.
O foco não deve, portanto, estar na resolução de ano novo mas, sim, na sua execução pois é nela que está a dificuldade.
Portanto, aqui vão 3 dicas para porem em prática as vossas resoluções de ano novo:
1. Escolham só uma
Um dos maiores erros é achar-se que se consegue implementar várias resoluções ao mesmo tempo. A intenção é boa mas a tarefa irrealista. Portanto, devemo-nos focar numa só resolução. Para além disto, uma mudança tem ramificações e consequências em todas as dimensões da nossa vida, logo, ao escolher uma mudança, estarão a mudar outras coisas também.
2. Baixem as expectativas
Grande parte do insucesso vem de acharmos que vamos conseguir ter imensa força de vontade para ir ao ginásio ou disciplina para comermos bem. Não vamos. Ou, pelo menos, não vamos ter aquela que idealizamos. Logo, é importante baixar a fasquia no que toca à nossa capacidade de implementação perfeita da mudança. É preciso aceitar que vamos falhar e que não vamos ser perfeitos mas que isso faz parte e não tem mal nenhum.
3. Criem rotinas
O segredo para mudar alguma coisa nas nossas vidas não é o de mudar o resultado mas, sim, o de mudar a rotina que gera o resultado.
Se a minha rotina for comer uma meia-de-leite e um pastel de nata de manhã, o resultado será ter um pequeno-almoço delicioso mas zero nutritivo. Se a minha resolução de ano novo passa por comer melhor, devo começar por criar rotinas que o permitam. Neste caso, crio a rotina de tomar o pequeno-almoço em casa.
O mesmo se aplica a tudo. Se quero ficar em forma, então vou criar uma rotina de ir à academia às terças e quintas às 13h15. Depois, deixo o processo acontecer.
4. Não negoceiem o processo
Muitas pessoas questionam a sua própria decisão quando não vêem os resultados mas aquilo que estão a fazer é a sabotar o processo.
Portanto, uma vez começado o plano, é confiar no processo. Ninguém tem resultados em uma semana ou, até, num mês. Olhem para a vossa resolução como um caminho que vai durar um ano. Não mudem a resolução ao fim de três dificuldades ou duas dúvidas inesperadas. É fazer e deixar acontecer.
5. Vençam os primeiros minutos
O mais difícil não é estar no ginásio, é ir lá. O mais difícil não é ficar saciado com um copo de água, é não pedir a coca-cola.
São os primeiros minutos que oferecem a maior resistência e nos testam a força de vontade.
Sabendo isto, é mais fácil identificar o fenómeno e não nos deixarmos cair nas suas armadilhas. É importante saber que nunca é o momento ideal para treinar ou o momento ideal para comer bem. Há sempre razões para adiarmos um sacrifício e todas elas parecem espetaculares. “Ah, hoje estou mais cansado, se calhar é melhor ficar a descansar em vez de ir treinar”. Não, não é. Vai treinar!
Portanto, dêem atenção às vossas resoluções de ano novo, escolham uma e implementem-na. Não esperem a perfeição mas exijam a vossa dedicação. Definam uma rotina e não a alterem por nada, confiem no processo e sempre que tiverem a tomar decisões, lembrem-se que os primeiros minutos são o ruído da sabotagem, ignorem-nos e avancem em direção aos vossos verdadeiros objetivos.
Bom ano!
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