Uma relação requer paridade e não igualdade.
Porque a paridade reconhece a diferença e valoriza-a. Já a igualdade pressupõe a semelhança e desvaloriza a diferença.
Na verdade, o mais difícil é celebrar a diferença. Fácil é reconhecer o melhor naqueles que são iguais a nós. Difícil é saírmos de nós próprios e valorizar uma outra forma de viver, de pensar e de ser. Se isto é, muitas vezes, difícil numa relação a dois, é natural que seja ainda mais difícil em sociedade.
Na relação, ambos são diferentes. Sejam eles homem e mulher, homem e homem, mulher e mulher. É irrelevante.
Numa relação quer-se a identificação das diferenças e das similitudes e a consequente integração entre elas. O que é igual partilha-se. O que é diferente, respeita-se.
O que se pede não é a igualdade, é a paridade. A paridade é uma demonstração mais elevada do que a igualdade. A paridade é uma demonstração de um respeito absoluto e sensível do outro.
Bem sei que é difícil falar-se com sensatez destes temas. Ou são tabu, ou se assumem posições grosseiras sobre eles mas acho que a paridade é o mínimo que nos devemos uns aos outros, algo mais do que sermos iguais, é assumirmos as diferenças e os seus diferentes espaços para que, somadas, se viva num mundo mais virtuoso.
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